SEXO na Terceira Idade: Descubra Sua Verdadeira Essência

Durante mais de duas décadas ouvindo histórias de casais, aprendi que nem sempre o amor é o problema. Às vezes, o que machuca não é a falta de sentimento — é o excesso de dependência. É quando amar deixa de ser escolha e vira condição para existir. Vi pessoas fortes se perderem em relações frágeis. Vi identidades se apagando para manter vínculos que, no fundo, já não existiam. E percebi que a dependência emocional é uma das formas mais sutis — e mais cruéis — de sofrimento. Foi isso que me levou a escrever este livro. Ao contrário do que muitos pensam, dependência emocional não é romantismo. Não é sinal de entrega, de cuidado ou de intensidade. É sintoma de dor não curada. É um grito abafado que diz: “eu só me sinto alguém quando estou com você.” E isso, com o tempo, destrói a alma, o corpo e o vínculo. Superando a Dependência Emocional é um convite para você resgatar quem você é. Para sair da lógica do medo e reencontrar sua força. Para entender que o amor só vale a pena quando nos permite crescer, respirar e florescer — e que ninguém foi feito para viver em função do outro. Neste livro, você vai encontrar clareza, acolhimento e ferramentas práticas. Vai aprender a identificar padrões, romper ciclos e construir uma relação saudável com a única pessoa com quem você vai conviver até o fim da vida: você. A visão da sociedade sobre o sexo na maturidade A sociedade tem uma visão distorcida e limitada sobre o sexo na terceira idade. Durante décadas, fomos condicionados a acreditar que a sexualidade é um privilégio exclusivo dos jovens, como se o desejo e o prazer desaparecessem com o tempo. Essa crença equivocada gera um impacto profundo na autoestima e na vida sexual de pessoas acima dos 60 anos, que muitas vezes sentem vergonha ou receio de expressar seus desejos. O silêncio que envolve o tema não acontece por acaso. A cultura popular, a mídia e até mesmo o discurso médico contribuíram para a marginalização da sexualidade na maturidade. Filmes, séries e propagandas frequentemente associam o erotismo e a sensualidade à juventude, deixando de fora as pessoas mais velhas. Quando personagens idosos aparecem em histórias românticas, geralmente são retratados como companheiros afetuosos, mas raramente como seres desejantes e sexualmente ativos. O resultado dessa invisibilidade é um ciclo de repressão e negação. Muitos idosos internalizam a ideia de que não "deveriam" mais sentir desejo ou buscar prazer, simplesmente porque a sociedade não os enxerga dessa maneira. O problema não é a falta de libido, mas a falta de incentivo para vivenciá-la com naturalidade. Além disso, a crença de que envelhecer significa automaticamente uma deterioração da vida sexual ignora um fato fundamental: a sexualidade não tem prazo de validade. O desejo pode se transformar e se manifestar de formas diferentes ao longo da vida, mas ele continua presente. Entender essa realidade é o primeiro passo para quebrar o tabu e recuperar a liberdade sexual na terceira idade. Porque o amor de verdade começa dentro. E nunca aprisiona. Tenório Ferreira - Psicoterapeuta